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23 de fev. de 2015

DEPUTADOS PROPÕEM TROCA DE
CARTEL PARA O PETROLÃO

Assim que o promotor Deltan Dallagnol, da Operação Lava-Jato apresentou o pedido de R$ 4,47 bilhões das empreiteiras aos cofres públicos, o deputado Zé Carlos Aleluia (DEM/BA), está propondo um pacto para socorrer as grandes construtoras brasileiras. 

E faz farol: “Não vamos compactuar com a impunidade mas também não podemos aceitar passivamente a quebradeira das empresas e os danos incalculáveis que isso trará ao país. Uma empresa de construção pesada leva pelo menos 25 anos para alcançar a maturidade". 

Com ares de grande seriedade, como se não estivesse dando o pulo do gato bancando o salvador da pátria dos construtores, o deputado baiano ainda ponderou: "Em algumas décadas, as maiores empreiteiras brasileiras acumularam expertise em grandes obras e uma reputação internacional que não podem ser destruídas ". Aleluia! Salve, salve! Gracinha. Se é para fazer graça, então que deixasse a Foster por lá.

Ele não estava falando sozinho num plenário vazio como de hábito acontece no Congresso. Ele estava dando esse recado para a tropa dos blogueiros amestrados, contadores da História Oficial.

Quer dizer está plantando verde para colher maduro. E mais adiante, quando baixar a poeira, tudo ficará como dantes no quartel de Abrantes.

Já o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), é outro saltimbanco: “Só vejo uma solução, que será o ingresso das empresas estrangeiras no setor, para substituir as empreiteiras que falirem. Isso não é uma bandeira do PSDB. É o que a realidade vai acabar impondo”.

Ah tá. Um salva a pátria do cartel brasileiro; outro abre as portas para os carteis estrangeiros. Ou então traz as construtoras, de Cuba, Venezuela, Bolívia, Argh!entina...


Mas, não fique você aí pensando que essa gente não está preparada para qualquer coisa no Congresso Nacional. Eles sabem muito mais do que deixam transparecer. Sempre que dizem uma coisa já pensaram em outra. Não será na hora de empobrecer os maiores patrocinadores de partidos, campanhas e operadores que eles, de repente, ficarão altruístas e dadivosos.

Esses dois deputados e todos os outros parlamentares, 513 deputados e 81 senadores, sabem mas fingem que não sabem que essas grandes empreiteiras "que não podem ser destruídas" só conseguiram chegar ao tamanho que têm, por que desde que começou a roubalheira endêmica com os projetos de obras do governo, a partir da Petrobrás, elas terceirizavam as construtoras-satélites que não eram sócias do Clube do Bilhão. 

Se quebrarem as empresas larápias, ficam as que podem realizar as obras pelo preço real, sem propina, sem bandalheira.

Esse tipo de manifestação dos dois deputados quer dizer, mais uma vez, apenas uma só coisa: o Petrolão não precisa de CPI nenhuma e nem do Congresso Nacional. O Petrolão é caso de polícia. E a Polícia Federal já está tratando disso.