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19 de fev. de 2015

QUEM TEM MEDO DE UM DELATOR PREMIADO?

Esse grupo de advogados nababescos que defende os empreiteiros que não gozam de foro privilegiado, como gozam os deputados, senadores, governadores, prefeitos que meteram a mão no poço sem fundo da Petrobrás, não querem nem saber do alegado "direito de defesa".

Usam e abusam do direito de defesa, porque na barra dos tribunais o que vale é o direito formal e, nem de longe, o direito moral.

O que esses virtuosos jurisconsultos não querem mesmo é que a palavra dos delatores premiados tenha - como de fato tem - mais valor e maior credibilidade do que a palavra da sua freguesia, da sua clientela de elite. Isso já nem é mais um caso de direito de defesa; é de in/justiça.

Quem tem medo de um delator premiado?!?
Pela primeira vez nesse país, graças à independência da Polícia Federal, do Ministério Público e da Vara do juiz Sérgio Moro, o poder econômico que manda e desmanda no crime organizado instalado no governo, têm menos valor do que a voz de um malfeitor que, se mentir, está ralado apesar de bem pago. Se mentir, ou simplesmente, omitir, o delator premiado está futricado e a música não toca.

O medo de perder a liberdade é o selo de garantia da verdade. O grande temor de um finório - seja ele um grã-fino construtor, um governante, um político, ou até qualquer pessoa, qualquer mortal - é acabar, quem diria, numa cela 3x4 de uma Papuda dessas com superlotação.

O temor é este, mas o que mais lhes mete medo e horroriza é ter desmascarado pela Justiça comum o seu crime mais corriqueiro: usar a lei para burlar a lei e ficar acima da lei, intocável e incólume pela sua companheira lei.

Ninguém sabe mais sobre corrupção ativa ou passiva do que esse cartel de opulentos construtores de um Brasil que, quando sai do discurso, não sai das pedras fundamentais de solenes cerimônias de inauguração.

É por isso, gente minha gentil que não partiu, que os nobres causídicos dos argentários empreiteiros foram se mancomunar com Zé Eduardo Cardozo, o inoperante ministro da Justiça de Dilma-2.

E ele então, como vassalo do governo, prazerosamente, aconselhou que os advogados adeptos do leguleio, recomendem a seus fregueses, amigos e padrinhos que não façam nenhum acordo de delação premiada. É nessas ocasiões, não tenham nenhum dúvida, que o silêncio vale ouro.

Ah, bom. É aí que me refiro - como me parece que, de quando em vez, gosta de se expressar a gauchada. Aí que me refiro, mas não só e eu quero mais; então, inda que mal pergunte: quem tem medo de um delator premiado?

RODAPÉ - Bolas, tanto faz que seja isso ou aquilo os advogados procurarem O ministro da Justiça. O que não vale é dizer que, eles procuraram o ministro, como um médico "quando tem problemas" procure o ministro da Saúde. O que interessa nesse caso é que o ministro prometeu que "depois do Carnaval, a Operação Lava-Jato vai tomar outro rumo". Epa! É de dar calafrios. A democracia já não aguenta mais fazer o papel de absorvente para não ser estuprada por uma ditadura.