ESTE NÃO É UM ESPAÇO PARA FAZER AMIGOS; É PARA INFLUENCIAR PESSOAS.



17 de jan. de 2015

AMIGO É AMIGO; COMPANHEIRO É COMPANHEIRO.

A coisa é a seguinte: um dia, Dirceu disse sobre Lula: “ele não tem amigos, só companheiros”; outro dia, Lula disse sobre Dirceu: “Zé Dirceu não tem amigos”. Quem quiser ficar com a verdade, basta entender que, até que enfim, ambos têm razão.

Voltemos aos seus bons tempos de colégio, meu preclaro leitor. Como é mesmo que você escolhia os seus “melhores amigos”? Elementar, né não?... Pela lealdade.

Lealdade era o ponto de referência. Você escolhia aquele que, quando você tentava colar, ele lhe dava cola na prova de matemática.

O seu melhor amigo era aquele que, quando você jogava bolinha de papel no quadro-negro, ele não dedurava você para o professor.

O seu melhor amigo, era aquele que na hora do pum dentro da sala de aula, não apontava pra você, com a mão tapando o focinho.

O seu amigo bom e batuta era aquele que considerava você um amigo bom a batuta e não um dedo duro, filho duma fajuta.

Ora, não é por nada, não... Mas Lula nunca durou muito pelas escolas. Nunca foi melhor amigo de ninguém. Lula se especializou, desde cedo, em ser amigo dele mesmo.

Enfim, em matéria de classe de aula, Lula nunca teve lá muita classe. Lula sempre se achou o próprio Vasco da Gama: o resto era o resto.

Lula sempre foi aquele cara que sentava a seu lado, colava, aprontava e dizia que você estava colando dele e você é quem estava aprontando.  

Ele sempre foi escorregadio assim; sempre escapou tirando o corpo fora, pulando e andando para quem não tivesse o dom de trocar de pele e de cor, como faz bem às metamorfoses ambulantes.

Agora, diz a revista Veja desta semana que “Lula e José Dirceu se desentendem por causa do petróleo”. E espalha: “os dois líderes históricos do PT não conversam desde que o escândalo (da Petrobras) ganhou corpo”.

E a edição hebdomadária ainda salienta o que Dirceu choraminga: “Vocês me abandonaram há tempos”.

O que aconteceu agora é que, temendo os efeitos da Lava-Jato, Dirceu queria se oferecer para montar uma estratégia que blindasse os tubarões da petroleira e não os lambaris.

Conforme conta a revista Veja, Dirceu telefonou para o Instituto Lula e não foi atendido pelo chefe. Quem teve a gentileza foi o velho Okamoto de sempre. E ainda botou banca:

- Do que você está precisando, Zé?

Ah, deu nos dedos e feriu o orgulho do preso domiciliado. Ele vituperou de volta, antes de bater com o telefone na orelha acostumada do vassalo preferido de Lula:

- Você acha que vou ligar para pedir alguma coisa? Vocês me abandonaram há tempos.

Ora bolas, carambolas! Grande novidade, Lula ter dado no pé. Sempre que pode - ele traz de berço - Lula abandona todo e qualquer companheiro bom e batuta, no campo da luta. Coisa de um bom filho da mãe astuta.

QUE MAL PERGUNTE - Então, inda que mal pergunte: você já viu alguma cena de Lula com Dirceu, depois que Dirceu pegou cana braba na Papuda?

Já viu alguma foto dos dois juntos, depois que Dirceu foi parar na cadeia? Se viu, então mande pra cá, por favor. Vai ser um grande alívio saber que um merece o outro. Ou não.

RODAPÉ – Então essa história toda não está sendo contada para que você fique com pena de Dirceu, ou com raiva de Lula. Nem tampouco vice-versa ao contrário e coisa & loisa. Está sendo contada só para dizer que, em matéria de Lava-Jato, Lula pode estar bem mais, muito mais sujo que Dirceu.


IN MEMORIAN – A bem da verdade, preciso é que se diga: entre Lula e Dirceu, quem por último telefonou para o outro foi Lula da Silva. Deu-se o contato quando Dirceu acabava de ser mandado para a Papuda. Lula ligou e disse: - Tamo junto nessa, cumpanhêro!