EU CONFESSO
Ah,
me despedi bem do ano passado; bebi pouco e comi demais. Não comi lentilha e
fingi que tomei champanhe, não gosto de borbulhas nem de sorver estrelas.
A
diferença entre nós é que eu estou confessando o exagero da mesa. Eu estou
confessando. Gosto de comidinhas agridoces. Comi demais, pronto, eu confesso.
Quanto
a você, eu até pagaria pra ver sua confissão. Mas, você que comeu muito e bebeu
muito mais, não se anima a ser um delator premiado. Nem que a vaca tussa!
Tem
medo de despertar para 2015 sentindo-se assim, como eu me sinto agora dando esse
primeiro passo dentro de mais um novo ano: um gordo saturado.
MEGA-SENA
Dos
quatro acertadores da Mega-Sena que pagou mais de 260 milhões de reais, coisa
de 60 milhõezinhos de nada para cada felizardo, um é de Brasília.
Com
o mínimo de percepção que seu pileque lhe deixou para usar neste limiar de
2015, você atinará que eu não sou esse antipático agraciado pela fortuna.
Fosse
eu o tal rabudaço, não estaria aqui e agora editando esse texto. Não seria por
soberba ou sovinice... Decerto, meu pé-quente estaria fazendo companhia ao meu outro
pé que o governo já botou na cova. Meu coração não aguenta tamanha emoção.
Ah,
foi bom não acertar na Mega-Sena. E, sim... As uvas estão verdes; não prestam.
Vida que segue. E meu voto de pobreza, também.
CHEGA BEM NA HORINHA
A MEGA-SENA PARA BRASÍLIA...
Um morador de Brasília acertar na Mega-Sena é a coisa mais inusitada que se pode contar na história da Capital Federal. Eis que, de repente, não mais que de repente, senão quando, no dia da cerimônia de posse da Dilma por Dilma, o felizardo é um desconhecido apostador brasiliense.
Pô, se amanhã ou depois, a gente souber que os gastos com essa festa do governo que não fechou direito as contas do ano passado chegaram a R$ 60 milhões ou mais ou menos isso, aí então pega mal.
Se esse ganhador é bem homem, então que se apresente. E quem for brasileiro que o siga.
ELA E O RESTO
A
notícia é: Dilma enfia a faixa na Dilma. Dilma é o Vasco. O resto é o resto.
O PÚBLICO NA POSSE
De
ontem para hoje os requififes popularescos da segunda coroação consecutiva de
Dilma Vana perderam mais de 15 mil espectadores.
Os
contadores de gente, porta-vozes do cerimonial palaciano, previam ontem mais de
40 mil pessoas à beira dos gradeados que separam a elite festejante e a claque
de convidados oficiais da massa ignara.
Hoje,
a estimativa é de cerca de 20 mil usuários do programa Bolsa-Família, uns mil
candidatos a uma unidade do Minha Casa, Minha Vida, coisa de 3 mil cabos-eleitorais
com direito a transporte gratuito e mil turistas incidentais.
Há
controvérsias. Mas, como se vê, nem mesmo na contagem do público, o governo
consegue “fechar as contas”. Os mesmos arautos adiantam: “na posse não haverá
baderna”.