ESTE NÃO É UM ESPAÇO PARA FAZER AMIGOS; É PARA INFLUENCIAR PESSOAS.



12 de mar. de 2015

UMA CPI PARA ADVOGAR
EM CAUSA PRÓPRIA

Você acha que um político assim como Eduardo Cunha chega à presidência da Câmara Federal por simples acaso. O cara tem um lenço pra cada choro.

E a explanação inicial que lhe coube fazer na CPI do Petrolão, nesta manhã, foi uma sagaz e minuciosa peça de defesa.

A partir daí, aliados e opositores, todos que tiveram oportunidade de perguntar sobre a roubalheira que levou a Petrobras à breca, trocaram a chance de começar a passar o Brasil a limpo, pela hora notável de serem advogados de si mesmo; de advogarem em causa própria.

A grande batalha que contou com o brado uníssono dos notáveis parlamentares foi a luta para desmanchar o instituto da delação premiada, hoje a mais confiável palavra dessa República usada e abusada como se tivesse um hímen complacente.

E assim é que, todos aqueles que esperavam que dessa CPI do Petrolão nada sairia de bom e de produtivo para o Brasil, estão agora vendo com toda clareza que é justamente dessa CPI que nada de bom e de produtivo vai sair para o Brasil.

A Petrobrás não é coisa para esta ou qualquer outra CPI. A Petrobrás é caso de Polícia. E pelo que se sabe, a Polícia hoje está empenhada em conseguir as provas provadas e levar à Vara do juiz Sérgio Moro contra aquele que todo mundo sabe é o grande chefe da pandilha que há 12 anos tomou de assalto o Brasil.

RODAPÉ - Todos eles defendem os borbotões de dinheiro despejados pelos que faziam negócios de barbada com a Petrobras, como "doações legais". Nenhum deles diz que nem um tostão dessas "doações legais" era dinheiro legítimo. Cada moeda, cada cheque, cada depósito, cada mala de grana sonante, vinha do superfaturamento que permitia o enriquecimento dos doadores e fazia a alegria dos propineiros da Petrobras. É, mais ou menos, como você vender uma casa para o seu vizinho que lhe paga com o dinheiro que roubou da casa do outro vizinho.