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10 de abr. de 2015

THE DAY AFTER

É vendo o dia seguinte de uma sessão como aquele de ontem na CPI-2 do Petrolão que percebe a inutilidade das comissões parlamentares de inquérito nesse País.

Enquanto eles contavam os palhaços, ratos e gatos daquele grande circo sem lona, a Operação lava-Jato começava a sexta-feira com 32 mandados de prisão nas mãos.

Prendeu uma pandilha de suspeitos, na fase "A Origem" e agora já está nas pegadas dos carregadores de mala da propaganda e marketing oficial da Petrobras, da Caixa, do Ministério da Saúde. Publicidade mais que enganosa, uma publicidade criminosa.


FORA PT! FORA DILMA!
ABAIXO A CORRUPÇÃO!  

Neste domingo... o Dia 12 de Abril, afinal.

Eu vou de novo às ruas dessa Brasília que aprendi a querer bem, desde que aqui cheguei nos começos do já distante ano de 1978, quando a ditadura Argh!entina comprou a Copa do Mundo e o capitão Cláudio Coutinho consagrou o Brasil como "campeão moral" do futebol mundial.

Vou às ruas sentir o cheiro de povo que não tem nada a ver com o cheiro de cavalo que o general João Batista Figueiredo tanto preferia. Vou às cercanias da Esplanada juntar minha indignação à voz rouca das ruas. E vou que vou. Mas vou com um certo aperto no coração que beira as raias do medo.

Não, não é medo das Forças Nacionais que Dilma aciona em dias de Copa do Mundo, de eleições com urnas indevassáveis e, quem sabe até mobilizaria numa visita previsível de um Fidel Castro ou qualquer dinossauro parecido.

Não, não é medo de black blocs, de red blocs, nem das badernas dos exércitos fajutos de Stédile - alferes da infantaria de Lula da Silva, o boquirroto animador de recintos fechados e gabinetes de institutos e lavanderias, onde ele apresenta seus tristes shows como um stand-up de fazer inveja a qualquer animador de picadeiro

Meu medo é de nós mesmos; de nós, aos borbotões; medo de nós, aos milhões que vamos estar em 500 ou 600 ou em mil e uma cidades, em todos os cantos desse Brasil, numa manifestação talvez nunca vista antes na história desse país.

Meu medo não é das contas que a PM ou os institutos de pesquisa vão fazer de nós pelas artérias de todo o mapa do Brasil, nesse domingo de outono; meu medo não é se nós seremos, ou não, mais numerosos que os brasileiros indignados dos tempos das Diretas-já.

Meu medo é estar no meio de todos nós - desculpem o chavão - do Oiapoque ao Chuí, e sentir como nós todos poderemos de repente sentir que, afinal, a gente vai estar nas ruas sem ter quem colocar no lugar de quem nós vamos tirar.

Sei que vamos ganhar as ruas de novo porque somos contra a corrupção, porque eu e você, nós que estaremos a céu aberto vamos gritar "Fora PT" e "Fora Dilma". E aí é que me acode e me sacode um sentimento de alerta que movido a adrenalina há de me dizer e me convencer que toda essa mobilização não vai se esgotar em si mesma e acabar-se num domingo bonito de outono.

Eu vou às ruas. E vou levar meus medos. É com eles e com a ousadia que nunca deixei de ter na vida diante deles e por causa deles, que vou gritar Abaixo a corrupção! Fora PT! Fora Dilma!