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27 de nov. de 2014

CARA DE UMA
FOCINHO DA OUTRA

Essa Petrobras é a cara do governo. Como no governo Dilma, tudo está ótimo por lá. No entanto, por via das dúvidas, nesta quarta-feira, se fez realidade a ameaça de criação da Diretoria de Governança, Risco e Competitividade daquela casa do petróleo que já foi nosso. Epa! Pra quê, não tá tudo bem?!?

E olha que a mexida não é pouca: o novo núcleo de bons empregos e melhores remunerações, vai ditar governança, ensinar o que é risco e dizer o que é competitividade.

Isso é qualquer coisa assim sem a menor necessidade numa instituição que está acima de qualquer suspeita e só tem gente competente, escolhida a dedo para executar essa trilogia primária num organismo público.

Ah, sim... Quanto à prestação de contas do último trimestre, a graça de tudo é que a enorme Petrobras, gigante pela própria natureza, pareceu-se com um boteco quando anunciou aos quatro ventos desse Brasil embasbacado que não estava preparada para "fechar as contas".

Vai ver que, como no bar da esquina, a Petrobrás perdeu os cadernos. Agora vai ter que afixar o velho cartaz de "fiado, só amanhã".

O que lhe parece, meu preclaro seguidor nessas mal traçadas linhas - desculpe-me o jeito chulo de lhe perguntar - mas a Graça e a Dilma não são a cara de uma e o focinho da outra? Pergunto assim, porque tô com raiva, pô.

Bolas, o governo Dilma também não conseguiu "fechar as contas" e, malgrado tudo esteja às mil maravilhas no governo e nos ministérios, Dilma Vana vai trocar seus ministros e detonar um novo governo de novas ideias. Epa! Pra quê, não tá tudo bem?!?

Ah, melhor fazer como está fazendo o Lula nessa caminhada silenciosa rumo ao seu quarto governo consecutivo nesta segunda governança de Dilma: não tugir nem mugir. Bem que a gente, como ele, poderia metaforizar no mais agudo espírito esportivo "em time que está ganhando não se mexe".

É que ele, assim como a gente aqui à margem da vida, sabe que no fundo, no fundo, não tá tudo bem; pelo contrário, no fundo, no fundo, tá tudo borrado de óleo sujo - coisa difícil de reparar; essa mancha não sai assim no mais.

Aí é como diria Zé Amaro, o precursor das cores do arco-íris: "Lula não é mau; ele é perverso!". Ele remói a pergunta que faz a si mesmo nesses momentos de alto risco para sua imagem "o que seria do pobre vaga-lume sem a escura noite?"... E fica na dele.

RODAPÉ - Tá, eu sei: repeti o refrão popular do time que tá ganhando. Tá, eu sei que o usei outro dia, noutro texto e no mesmo contexto... Mas é que eu já tô cansado de ver essa pandilha metendo gol com a mão e em franco impedimento, tendo que ficar na minha.