UM DISCURSO CHOLDRA E INÚTIL
Não há pressão, porque não pode haver.
Ainda hoje, antes de ir às exéquias de Márcio Thomaz Bastos, em São Paulo, Dilma Vana em plena Conferência Nacional de Educação, em Brasília, tocando nos efeitos da Operação Lava-Jato fez um discurso tão choldra e impudente quanto inútil.
Bradou retumbante, como se fosse dona da Polícia Federal e do Ministério Público e até do Judiciário - organismo que não mencionou na sua falaçada:
"A Polícia Federal e o Ministério Público Federal, instituições do estado brasileiro, estão investigando os corruptos e corruptores e não há qualquer tipo de pressão do governo para inibir as investigações".
E ainda gabou-se afirmando que o combate à corrupção no país "nunca foi tão severo".
Cheia de si, bancou a pitonisa otimista e disse com todas as letras que "o Brasil sairá mais forte" das operações da Polícia Federal e do Ministério Público".
Epa! Não é o Brasil que tem que sair mais forte da Lava-Jato. Quem está sendo descoberto com a boca na botija e a mão no cofre é o governo; quem está sendo investigado e quem vai ter que ser punido é o governo e não o Brasil. O Brasil é vítima. O governo é réu.
Ora bolas, carambolas. Dilma não tem nada que se meter no que está sendo feito e muito bem feito até aqui pelos Intocáveis do juiz Sérgio Moro.
Ela não tem nenhum poder de interferência no que estiver sendo executado pelo Judiciário, um poder independente que, na barra dos tribunais e nos escaninhos de sua estrutura, não depende de indicações, nomeações, nem apadrinhamentos.
Judiciário e Polícia Federal são estruturas do Estado integradas por gente concursada, com diploma, sem qualquer necessidade de títulos de doutor honóris causa.
Dilma perdeu mais uma grande chance de ficar calada quando disse que "não há pressão do governo" e blá-blá-blá. Não há, porque não pode haver. A democracia não deixa.