DILMA NÃO GOVERNOU MAIS
E NEM VAI GOVERNAR
O que é mesmo que Dilma está esperando para governar? Bolas, cerimônia de posse é uma simples formalidade. Ela é president@. Por incrível que pareça, continua sendo. Não deixou de ser. Não precisa esperar 1° de janeiro para substituir a si mesma.
Já era para estar trabalhando há muito tempo. Fazendo o que tinha que ter feito há muito tempo. Mas, não. Está aí nessa maciota, como quem continua sendo a mesma aquela que não quis e não quer nada com a coisa. Dilma não governou mais e, pelo jeito, nem vai governar.
É que Lula já é candidato de novo. Está ungido pelo partido que ele preside com muita honra e pronto. É Lulalá traveis.
Dilma nem começou o segundo mandato de mais um governo Lula e o seu criador já está mandando e desmandando. No fundo, no fundo, na maior moita, ele já sinalizou para ela um sonoro deu pra ti.
É como se passasse segredos de liquidificador: Agora é tudo comigo. Tô montando o teu segundo mandato. Vou fazer teu ministério e começar o "Volta Lula" já, já. Daqui pra frente é ele quem já está mandando e desmandando. É o quarto governo Lula, a caminho do quinto.
MINORIA ESMAGADORA
O que mais me desagrada no povo brasileiro é a sua índole passiva e cordata. Tem vocação para vassalo. Nada de complexo de vira-lata; o complexo é de cão amestrado, provido de afagos oportunistas e uma ração diária que o mantém perto dos donos.
Eu vejo uma nação de mais de 200 milhões de pessoas de olhar altaneiro encarando seus poucos senhores, os senhores de sempre, satisfeitos com o farnel de esperanças que lhes é servido a cada discurso nas sedes dos três Poderes constituídos, nos palanques dos partidos políticos, nas salas dos institutos nascidos para lavar a alma, o dinheiro e os propósitos dos seus regentes.
Tenho pena do meu país. Tanta gente de joelhos diante de tão poucos. Tantos resignados diante dos mesmos escassos e perspicazes espertalhões.
Isso é comum aqui pela Américas. Se vê muito disso por aí, em países ditos democráticos, como a Colômbia, a Jamaica ou a Bolívia, paraíso em que 85% de índios e mestiços, são dominados pelos 15% de uma esmagadora minoria crioula.
O fenômeno se espalha por Cocodrilo Verde, a ilha cubana dos irmãos Fidel e Ruy Castro; e vai que vai pela Venezuela refundada pelo histriônico Hugo Chávez e re-afundada por um Nicolás Maduro, bufão e dominador, porque ele tem a força.
Isso aconteceu na Alemanha - e sempre me deixou abestalhado - no desfile fantasmagórico e conformado dos prisioneiros nazistas, a caminho dos fornos, dos banhos de gás letal. Sempre me espantou o conformismo melancólico daquelas vítimas a caminho da morte.
Coitados, eles eram maioria nos campos de concentração, mas não tinham armas e nem o espírito de crueldade que animava seus opressores. Só que, diante do inevitável, há que se reagir. Se a morte é certa que tenha mais dignidade do que a maldade do bárbaro.
Isso se deu na África do Sul. Cerca de 4 milhões de brancos, representados por meia dúzia de senhores feudais, dominaram 50 milhões de negros pela história afora. Mas, um dia, ressurgiu Mandela. Sem dar um tiro, sem perder a bondade e o tirocínio, derrotou o sistema estabelecido. Sozinho ele se tornou um exército imbatível. E se fez a minoria esmagadora.
Não vejo mandelas por aqui. Vejo moradores resignados do Minha Casa, Minha Vida; vejo dependentes alentados do Bolsa-Família; vejo milhares de inabilitados habitantes de gabinetes da administração pública; vejo militantes mercenários, grudados à minoria que os sustenta como esmoleres de segunda classe.
Não vejo, nesse país a maioria disposta a mostrar que se envergonha de estar à mercê da minoria que tomou de assalto o Brasil de fio a pavio, de cabo a rabo.
Vejo, sim que um grupo reduzido e conhecido de amos e senhores - de biografias políticas inventadas - exercendo o domínio político, econômico e até cultural - no pior sentido do que se entenda por cultura - sobre esta nação com mais de 200 milhões de súditos que se deixam dominar por uma minoria esmagadora.
Vejo aqui, nesse Brasil Dilma da Silva, um povo que não tem a alma grandiosa e nem a consciência de ser maioria. Vejo uma nação que se sabe apenas ser maioria, mas que não tem o ânimo de procurar os meios que a conduzam ao fim que lhe engrandeceria a vida. Vejo uma maioria conformada em ser súdita da minoria ditatorial que tomou o seu lugar.
Tenho, no entanto, a esperança de ver um dia, talvez nem tão distante, esse povo não honrando e nem respeitando mais essa minoria por ter descoberto, afinal, que honra e respeito só se deve a quem nos respeita e nos honra na medida que convém a todos.