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28 de fev. de 2011

Amigo é coisa pra se guardar...

SIRTE, LÍBIA - 02 de julho de 2009 - Cheio de si por ser o único convidado de honra que teve a audácia de atender ao convite pega-no-pé e comparecer à Cúpula da União Africana, em Sirte, na Líbia, o então presideus dos brasileiros, Luiz Inácio Lula da Silva botou a culpa nos países industrializados pela crise do sistema financeiro que sacudia o mundo e pelo que chamou de "caráter perverso da ordem internacional" - seja lá o que pensava estar dizendo com isso.

Entusiasmado pelos aplausos dos chefes de Estado e de governo e por líderes tribais africanos, Lula praticou o seu esporte preferido: atacou a imprensa. Disse que os jornalistas usavam "preconceito premeditado" para criticar sua proximidade com ditadores da região.

Foi naquele nem tão longínquo dia 2 de julho de 2009 que ele começou sua discursalhada - outra modalidade esportiva que adora praticar - chamando o ditador líbio Muammar Kadafi de "meu amigo, meu irmão e líder".

Nada como o tempo, nada como um dia depois do outro, para mostrar quem é quem nesse mundão de deuses e presideuses e agora também de presideusas...

Hoje, dia 28 de fevereiro de 2011, todos os líderes verdadeiros do mundo inteiro, dizem o que pensam do sanguinário tirano líbio. Até o histriônico muar bolivariano, Hugo Chávez, não mostrou covardia diante do que pode acontecer com ele no dia em que os venezuelanos acordarem, e desbragadamente chamou Muammar Kadafi de "meu amigo".

Reprodução/ABr
Lula, o parlapatão mais divertido que o mundo conheceu nesses últimos oito anos, jamais nesse tempo todo deixou de meter a colher torta em qualquer tipo de assunto ou conversa. Hoje, no entanto, não deu um pio sobre as agruras e as desventuras de "seu amigo, irmão e líder".

Lula nem sequer teve coragem de pegar seus quatro seguranças pagos com o nosso dinheiro, juntar malas e bagagens e viajar para Trípoli, a fim de fazer uma visitinha de cortesia ao déspota seu amigo de fé, irmão, camarada, até que tudo se resolva da melhor maneira possível.

Uma visitinha assim de apoio moral, boa vizinhança, coisa de amigos para sempre; uma visitinha de médico, como as duas ou três que fez a Zé Alencar, no Sírio-Libanês - território conflagrado para o SUS.

Esse jeito assim distante, indiferente deixa a impressão até de que roubaram de um dos 11 caminhões de tralhas que levou de Brasília para São Bernardo, a coleção dos lenços que usava, um para cada choro, quando queria fazer amigos e cooptar pessoas.

Reprodução/PR
Agora Muar Kadafi já sabe que nos dias de vacas gordas, os amigos nos conhecem; em tempos de vacas magras, a gente conhece os amigos. Kadafi já viu que mais que amigo, irmão e liderado Lula é bom camarada; o Lula é bom companheiro; o Lula é bom e batuta; o Lula é um... retardatário, pois agora é tarde, Inês é morta.

RODAPÉ - É claro que Lula tem voz para discurso, piada, uma mentirinha aqui outra ali... Pra cantar é que aquela voz rouca das ruas não serve. Mas, pelo menos há certas canções que a gente deve decorar, pois sempre há uma certa ocasião em que elas se enquadram na nossa vida. Para decorar é preciso ler antes com atenção e, poxa, talvez esteja aí a dificuldade... Em todo caso aqui vai a letra da Canção da América, de Milton Nascimento:

Amigo é coisa para se guardar / Debaixo de sete chaves / Dentro do coração /Assim falava a canção que na América ouvi / Mas quem cantava chorou / Ao ver o seu amigo partir / Mas quem ficou, no pensamento voou / Com seu canto que o outro lembrou / E quem voou, no pensamento ficou / Com a lembrança que o outro cantou / Amigo é coisa para se guardar / No lado esquerdo do peito / Mesmo que o tempo e a distância digam "não" / Mesmo esquecendo a canção / O que importa é ouvir / A voz que vem do coração /Pois seja o que vier, venha o que vier  / Qualquer dia, amigo, eu volto / A te encontrar / Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.

A letra é bonita... e grande. Antes que alguém consiga terminar de lê-la em voz alta, o aprendiz de cantor já deve estar dormindo o mais profundo sono dos justos.