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17 de fev. de 2011

O Brasil é dos Palhaços

A FORÇA
Dilma não é nenhuma deusa grega. Dilma é o He-Man. Ela tem a força. O salário mínimo ficou na Câmara dos não-comuns por R$ 545. Bem como ela queria. Passou Mantega no trabalhador brasileiro.

PALHAÇADA
Tiririca fez a sua primeira palhaçada profissional na Câmara. Ao invés de votar pelo salário de R$ 545 como o maior bando de humoristas que o País já viu na Câmara Federal mandou que ele fizesse, o humorista se enganou e votou pela proposta de R$ 600. Isso quer dizer o seguinte: ele é tão hilário quanto os seus colegas, só um pouquinho melhor. Na hora de votar fez o que seu coração mandou.

SALÁRIO DO PMDB
Primeiro grande resultado do jogo de cartas marcadas, ontem na Câmara que aprovou o salário mínimo que Dilma acha bom para os trabalhadores brasileiros: PMDB vai sentar nas cadeiras dos melhores lugares em Furnas e na Caixa Econômica Federal.

NUMA FRIA
Segundo grande efeito da palhaçada de quarta-feira na Câmara: os aposentados e pensionistas da Previdência que ganham mais do que um salário mínimo estão condenados a morrer de frio. A atualização de seus salários está congelada.

POR DECRETO
O terceiro efeito, não é efeito, apenas uma constatação: o governo manda no Poder Legislativo. E já que é assim, não há a menor necessidade de se manter aberta no País uma casa tão cara e tão despersonalizada e destituída de força quanto a Câmara Federal. Para que se tenha uma idéia do que aprovaram ontem em obediência às ordens do Palácio do Planalto, basta dizer que, a partir de agora, pelos próximos quatro anos o salário mínimo será decidido por decreto. Bem como se faz nas melhores ditaduras do ramo.

JUSTO UM MENSALEIRO
João Paulo Cunha, o petista mensaleiro, réu no Supremo Tribunal Federal que até hoje não encontrou tempo para julgar devidamente o maior escândalo da História do Brasil, assume a presidência da mais importante comissão da segunda maior casa de tolerância nacional, a Comissão de Constitutição e Justiça. Aguarde, vem aí o Tiririca para presidente da Comissão de Educação e Cultura.

OUTRA PALHAÇADA
Mas, Brasília não deixa por menos: Agaciel Maia, pivô do escândalo dos atos secretos no Senado de Zé Sarney, a maior casa de tolerância do País, vai presidir a Comissão de Economia e Finanças da Câmara do Distrito Federal. Brasília só não morre de inveja por não ter um deputado distrital chamado Tiririca, simplesmente porque não precisa.

CINCO POR MEIA DÚZIA
Pela Libertadores, o Cruzeiro goleou o Estudiantes por 5 a 0.  O time argentino já avisou: vamos trocar isso por meia dúzia lá em Buenos Aires. A Agentina é como o Botafogo: há coisas que só acontecem com ela.

FLA MARAVILHA
O Flamengo se classificou pela Copa do Brasil. Foi magnífico. Teve até gol de cabeça do Ronaldinho Gaúcho. Tradução: até aquela bandana horrorosa está dando certo. É o Fla Maravilha. Ah sim, o jogo foi contra o famoso Muricy, de Alagoas.
Reprodução
Ex-árbitro Oscar Godói é baleado, no bairro de Perdizes, Zona Oeste de São Paulo. Já tem palmeirense insinuando que as torcidas organizadas do Corinthians não perdoam.


Brasil - o Olimpo é aqui.

Se você acha que os governos brasileiros falam grego, vai ver que você está entendendo tudo. Agora, mais do que nunca, com o Palácio aos pés e nas mãos de uma mulher, não se surpreenda se, de repente, ela muito mais do que uma primeira-presidenta, se pareça com uma deusa; uma deusa tipo Zeus - o deus de todo os deuses.

Já deu para perceber que o Brasil tem na esplanada dos mistérios uma mulher atlética, que aprecia a vida, a liberdade, os animais até sociais. Ama a natureza e diz que se dedica à proteção do meio ambiente. Ela se faz respeitar, sabe viver só e sente-se bem assim. Calcula-se que não dá ponto sem nó, nem leva desaforo pra casa; pode ser vingativa se ultrapassarem o limite imposto por ela mesma no seus encontros oficiais. Eis aí a primeira deusa. Tem a cara de Artêmis, rosto com feitio de Lua, mas podem chamá-la de Diana.

Você já viu também que é um mulher extremamente profissional e prática, que busca realizar-se numa carreira onde possa mostrar sua sabedoria, nem que seja diante de um teleprompter na geradora de imagens da TV do Estado. Ali, mostra sempre equilíbrio, cultura e educação; não briga à toa, envolve-se em causas justas, às quais defende com argumentos irrefutáveis Isso lhe concede quase sempre o merecimento da vitória. O voto final é sempre seu. A essas alturas é uma Atenas que atende melhor pelo codinome Minerva.

Sim, ela tem poucos amigos - inclusive no PT e seus coalizados - e não se interessa por conversa fiada política ou intelectual. Seu dom é ouvir com o coração compassivo, permanecendo centrada no meio de qualquer perturbação que uma pessoa ou um partido amigo lhe traga, proporcionando um lugar caloroso ao lado de “sua lareira”. Quando se revela assim, é Héstia ou Véstia, tanto faz como tanto fez.

Embora o trabalho seja um aspecto secundário em sua vida, ela pode ser boa nisso e alcançar até certo êxito. É uma mulher ligada ao poder. Líder política, governante, regente. E, ao mesmo tempo, apegada à tradição, não abrindo mão uma vez lá que outra de um casamento convencional, com moralidade e companheirismo. Mesmo quando boa esposa é uma “imperatriz” em sua casa, sua vida. Tanto é que já fez isso algumas vezes. Contudo, se não for casada, se sentirá meio que fracassada, embora jamais dê o braço a torcer. Este é o seu jeito de ser Juno, mais conhecida como Hera.

Você já viu também que, de repente, ela é a mulher-mãe. Mãe do PAC, mãe dos brasileiros, mãe da mãe do seu neto. Em assim sendo é geradora não só da vida mas também de sentimentos, emoções, experiências. É a que protege, acolhe e alimenta; é a que se apresenta com reservas aparentemente inesgotáveis de energia. De tal forma que "apagão no Brasil, nunca mais". Nesse caso, nossa primeira-mulher vai ao patamar das deusas como Deméter, ou melhor, a bendita Ceres.

Pois não é que, não raro, ela se mostra uma mulher atraída pelo mundo espiritual, pelo que está oculto? É sincrética. Discreta, parece misteriosa e mística, reservada e inquietante. Vive dividida entre o mundo real e o desconhecido. Sua religiosidade tem todos os matizes. É católica, apostólica, brasileira, protestante, envangelical e até batuca por baixo que vai. Pode ser sombria ou ter pensamentos idem, lado adquirido por sua personalidade desde que disse ter voltado do inferno de uma tal Redentora. Tem inclinação, aptidão e até diploma para alcançar vários empregos, ao invés de uma profissão. Ela sempre tende para onde a família e os amigos estão. Não gosta muito quando tem um patrão a quem agradar. É assim que ela assume a figura de Perséfane.

Numa sétima pele, é mais reconhecida pela sua atratividade do que por sua aparência. Seu arquétipo cria um carisma pessoal, magnetismo bem moldado. Gosta de variedade e intensidade. Somente quando está totalmente ocupada criativamente é que age bem. É movida a stress. Assim, é provável ser encontrada - como se deu na campanha eleitoral - na arte, na música, na escrita, ou na dança. Faz o que gosta e o que dá leite e deleite. É assim que ela encarna Afrodite, quando não está descamisada é Vênus.

Dessa maneira, mesmo que o seu tempo de governo ainda seja muito jovem - um mês e meio até aqui - já se vê que não foi dessa vez que o Brasil ganhou um primeira-mulher-presidenta. Com a Dilma que aí está, o Brasil ganhou a deusa de todas as deusas. Dilma tem dentro de si Afrodite, Perséfane, Ceres, Hera, Héstia, Artêmis e Minerva.

E então é assim que o Palácio do Planalto está deixando de ser palácio para ser Panteão e a Esplanada deixando de ser dos ministérios para ser o Olimpo, morada das lendas gregas. Mas isso não é problema; é solução: de grego, aqui no Brasil, todo mundo sabe tudo.
Principalmente, você.

RODAPÉ - Nada faz mais sentido do que isso. A Grécia sobrevive até hoje da sua enorme imaginação. Não fosse inventar tantos deuses e deusas, já teria ido para as calendas gregas. Vive e sobrevive de mentiras que fabricaram uma das mais encantadoras histórias universais. Eis agora, o Brasil à grega.