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6 de abr. de 2015

JANINE NO MEC

Hoje é o primeiro dia do fim do mandato de Renato Janine Ribeiro no MEC. Toma posse querendo juntar Educação e Cultura. Como diria Lula, "é uma boa ideia!". Mas não é factível, pois antes disso Dilma teria que extinguir a pasta que já foi até de Marta Suplicy.

E mais ainda, antes de saber o que é cultura o brasileiro tem que voltar a aprender o alfabeto e os professores voltarem a ser qualificados numa profissão que, antes de tudo, é uma vocação.

Convidado a ser ministro depois de desancar o pau em cima do governo e da própria president@, Janine é hoje o Mangabeira Unger da Educação. Não vai durar nada.

DEODÓDUVIDO

Duvido e faço pouco que, daqui a pouco, na cerimônia de inauguração da sua pedra fundamental como Ministro da Educação, o professor Renato Janine repita o discurso que fez, poucos dias atrás, em São Paulo, desancando Renan Calheiros, Eduardo Cunha e o governo Dilma. Se não disser o que disse deles, pode pegar o boné para ir saindo de fininho.

GOVERNO NOVO

Lá se foi a primeira semana do segundo semestre de 2015 e Dilma Vana ainda não começou a governar. O Brasil está desgovernado. Dilma até agora só desmanchou o ministério do seu primeiro governo que, pelo visto, ela detestou, para montar "um governo novo, de ideias novas".

Isso não é governar. É perder tempo. Dilma não entendeu nada do slogan que o marqueteiro João Santana criou para ela durante a campanha eleitoral.

Na verdade, o povo sabe e só Dilma-2 ainda não viu que o tal "governo novo, de ideais novas", teria que começar com um presidente novo e não com a presidente de novo.


BOLSA-EMPREITEIRAS

O BNDES é um banco de assalto ao Tesouro Nacional. Ele rapa o fundo do tacho das burras públicas, captando dinheiro à base da emissão de títulos públicos calculada pela taxa Selic, uma barbadinha de 11% ao ano.

Com a mão na massa, o burro - ou seria espertíssimo? - banco de Luciano Coutinho empresta a grana para empreiteiras e construtoras realizarem obras no exterior - Cuba, Bolívia, África, Argentina - pelos mesmos 6%, pagando e não bufando os outros 5% que tira, decerto, de algum saco sem fundo.

No ano passado, o BNDES financiou nada menos de R$ 414 bilhões e por isso marchou com a micharia de R$ 20,7 bilhões que só os anjos e santos sabem de onde Luciano Coutinho tirou.

Esse mundaréu de dinheiro o BNDES gastou financiando mais de dois mil projetos no exterior com essa espécie de Bolsa-Empreiteiras distribuída para as mesmas empresas enroladas na Operação Lava-Jato construírem rodovias, portos, hidrelétricas e aeroportos lá fora. Tudo que o governo brasileiro não faz aqui dentro.

UM PORRE!

Dizem que, na semana passada, numa reunião em Brasília - sei lá, porque um reles presidente de honra de uma facção política vai tanto a Brasília - sugeriu que Dilma pedisse pra sair e deixasse Michel Temer em seu lugar.

Dizem as mesmas fontes nada fidedignas, como todas as fontes políticas desse país, que os índices de rejeição a Dilma é que teriam inspirado Lula a agarrar-se em Temer, já que ele vê suas chances de voltar em 2018 despencando vertiginosamente junto com a sua criatura.

Nem vou me dar ao desplante de dizer o que penso de Lula numa hora dessas, ou em qualquer momento da história mais recente desse país. Só lhes digo uma coisinha: o Lula é um porre. Ele sempre olha os outros como se eles é que estivessem bêbados.

SÓ A LEI

De uma coisa estou pra lá de certo: os que tomaram o Brasil de assalto, valem-se das leis para burlar a lei. E assim eles tomam a liberdade de gerar as desigualdades sociais nessa democracia que implantaram para eles no lugar da ditadura.

E, no entanto, penso que nesse regime torpe e desleal, só a lei pode fazer as pessoas iguais.

A Operação Lava-Jato já está ficando escassa para tanto trabalho que ainda tem pela frente. É impossível que nesse país de tantos juízes e tantos promotores só existam um Etan Dallagnol e um Sérgio Moro. É impossível, incrível, extraordinário que só exista uma Operação Lava-Jato.

MORDAÇA PARA CALAR
OS FEDERAIS DA LAVA-JATO

Esse governo dominador e astuto, inerte como governo, mas ativo como pandilha organizada e gananciosa em busca do poder pelo poder, sabe que sua melhor proteção está no uso e abuso da lei.

Agora mesmo, com a Lava-Jato passando o Brasil a limpo, a cúpula amestrada da Polícia Federal acaba de lançar o que está chamando de "código de ética" para seus delegados e agentes.

A esperteza foi lançada na segunda-feira da semana passada, em forma de boletim interno. O golpe pegou os policiais desprevenidos. O código, na verdade, é uma mordaça colocada pelo governo nos policiais. É um tiro nas garantias constitucionais e um tapa na cara do direito à liberdade de expressão. Censura, pura e simples. Que de simples, não tem nada.

É o governo, uma vez mais, tentando controlar as informações a respeito da Operação Lava-Jato que, todo mundo sabe, está mandando para a Corte de Lewandowski pelo menos 50 políticos suspeitos de corrupção ativa e passiva, desvios, propinas e formação de quadrilha.

Agora, informação dos federais da Lava-Jato para a mídia, só com o acompanhamento da Assessoria de Imprensa da PF. Um prato feito, bem como é saudável para um governo que só tem como verdade a sua própria versão. Um governo que se mostra muito à vontade com a liberdade de repressão.