ESTE NÃO É UM ESPAÇO PARA FAZER AMIGOS; É PARA INFLUENCIAR PESSOAS.



3 de abr. de 2015

PODER E GOVERNO

Há governos que são bem assim. Antes, para chegar, queriam fazer o bem; um bem qualquer. Por isso chegaram ao poder. Mas o poder vicia. O poder envaidece. O poder corrompe. 

Nessa República dos Calamares a história já começou mal. Ela começou a ser implantada com Zé Sarney, em 1985 e partiu daí então a redemocratização da Silva. 

Ninguém queria comprar nem vender banana; ninguém queria ser apenas campeão mundial de futebol. O plano era arranjar uma democracia que servisse a quem, com tantos méritos, havia chegado ao poder e - imagine! - virado até governo.

Nunca houve, na verdade, um programa de governo. Tudo sempre foi um plano de poder. E o poder vicia. O poder envaidece. O poder corrompe. Os governos executam.

O plano passou a ser o melhor jeito de a qualquer jeito unir o poder à riqueza e à vida boa e farta. À medida que o tempo correu, até uma Constituição-Cidadã foi editada em 1988. De lá pra cá, o poder andou de mão em mão. 

Chegou a vez de Fernandinho Beira-Collor, o Breve; passou pelo tampão de Itamar Franco que teve o topete de popularizar o pão-de-queijo e redescobrir o fusqueta. 

E veio então o tucano companheiro, FHC que não sabia que a herança que deixara para Lula, seu antigo companheiro de revolução e ideologia, era uma herança não só maldita como eterna. 

De 2002 pra cá, todos os governos foram de Lula, até mesmo esses dois que Dilma protagoniza como se presidente foi e está sendo agora. 

O tempo avoa - no dizer e nas mãos de Lula. E foi nessa democracia que adora se comparar com a ditadura, que o crime organizado saiu das ruas e se infiltrou no Estado. O crime organizado saiu da privada e entrou na coisa pública. E o tempo passou na janela. E Lula não viu.

Pronto, inserir o crime organizado no tecido estatal era o que faltava na decantada "estratégia de coalizão pela governabilidade" para estabelecer-se o poder que enriquece. O poder vicia, envaidece, corrompe. Os governos executam. Só que há um tipo de poder que, quando não mata reputações deixa corpos estendidos no chão. 

Inda que mal pergunte: Getúlio Vargas, se matou por quê? E Jango foi antes, ou depois de quê? Quem deu laranjada para Costa e Silva? Quem era o co-piloto do avião que caiu e fez ruir Castello Branco? Que soneira foi aquela do motorista de JK? Por que Tancredo Neves marcou o significativo dia 21 de abril para morrer? O Toninho do PT, morreu sem quê nem pra quê? Por que, assaltantes comuns, torturaram e mataram Celso Daniel? 

O poder é bem assim. Vicia, envaidece, corrompe. E há poderes que executam, nem esperam pelos governos. O poder é assim, quem tudo pode, tudo deve temer. 

Todo poder, quando é demais, infunde medo e pavor. E, pelo que meus anos por aqui me ensinaram, invariavelmente, os que se apropriam das nações confundem o que é poder e o que é governo.

Há governos que matam os seus países inteirinhos.