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9 de set. de 2011

BALA COM BALA

As orelhas dos ministros do Supremo Tribunal Federal se transformaram em urinóis de mensaleiros. Todos eles, sem exceção, juram por tudo quanto é mais sagrado, que o mensalão é intriga da oposição. Mas os marinheiros não contam que vem aí bom tempo.

A menos que  o STF tenha ouvidos moucos para os agradáveis comentários do embaixador americano, flagrado pelo wikileaks dizendo numa carta para outro diplomata dos EUA que "a era Lula tinha corrupção generalizada". Generalizada - diga-se de passagem - sem generais. Na era Lula tudo era gente boa. De grevistas antigos a guerrilheiros de bala de menta.

Pois então, Thomas Channon dedurou Lula que já tinha sido entregue por Roberto Jefferson;  Lula queimou o filme de todo mundo; todo mundo implicou Marcos Valério; Marcos Valério botou a culpa em Zé Dirceu que, com sua "fidelidade canina" alcaguetou Delúbio Soares: "Ele agia por conta própria", entregou o traíra-mor da pandilha de sevandijas.

Seja lá o que for que dejetem nos doutos penicos dos mega-magistrados do STF, esses 40 senhorers de anéis que já entregaram os dedos como o próprio Ali Babá, só estão reforçando, com suas peremptórias e bem orquestradas negativas, a idéia de que Lula lhes passou a conversa uma vez mais.

Eles estão tendo esse trabalhão todo, pagando todo esse vexame, desculpando-se diante da mais alta corte de Justiça do País, porque seu grande chefe não cumpriu o que prometeu solenemente nos seu último dia de governo visível: "Vou me dedicar em tempo integral a provar que o mensalão é uma farsa". Das duas, uma e outra: primeira, ele não se dedicou; segunda, não provou coisa nenhuma.

De tudo isso, o que há de melhor é que o tiroteio despencou lá do Morro do Alemão para cair na Esplanada dos Aproveitadores, maior lixeira nacional a céu aberto. O que tem de mensaleiro dando e levando tiro no pé é um escândalo. Mas é disso mesmo que eles mais gostam.