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4 de ago. de 2013

Metamorfose Ambulante

Quando o breve metalúrgico Luiz Erário subiu a rampa em 2002 surgiu o Brasil da Silva. Começou ali o regime do "quem não corre voa". Para ser mais preciso, em razão do desdém à educação, começou, na verdade, o regime do "quem não corre avoa".

E enquanto os anos avoavam, a mania nacional de furar filas, de passar os outros pra trás, de "colar" nas provas colegiais, de escamotear iogurte e pasta de dente nos supermercados, foi sendo aprimorada até chegar ao estágio da banalização dos escândalos.

A imoral "estratégia da coalizão pela governabilidade" foi promovida naturalmente da condição de vício a regra geral e direito consuetudinário. Quem não corre avoa! Quem não é esperto é trouxa.

E foi assim que se estabeleceu nesse Brasil da Silva o hábito do mensalão. Os mensaleiros foram surgindo ao natural, assim como quem não quer nada. Primeiro se venderam e deixaram comprar por trinta dinheiros; depois cresceram de tal maneira que cargos e salários públicos viraram moeda de troca e até ministérios se transformaram em moeda corrente.

Toda licitação quer dizer propina, corrupção, engodo; toda obra quer dizer inauguração de pedra fundamental com direito a discurso e foguetório em nome de algo que não será feito. E se feito for, será com preço superfaturado e com jeito de mal-acabado.

Todo anúncio de destinação de verba - sejá lá para o que for - terá no fundo o peso da mão grande, do desvio, da maracutaia.

Uma coisa é inflar o peito e encher a boca alardeando que bilhões foram destinados para a educação, para a saúde, para o transporte, para a segurança, para o PAC que pariu; outra bem diferente - e pelo visto impossível no Brasil da Silva - é os bilhões serem transformados em realizações e serviços de qualidade para os brasileiros.Toda medida governamental será panaceia de crescimento que não consegue esconder a desordem e o regresso.

Agora mesmo, diante do manifesto desagrado dos deputados e senadores, inclusive da chamada base de apoio, a primeira-president@ Dilma Vana amealhou R$ 6 bilhões dos cofres públicos e comprou a velha amizade dos ínclitos congressistas sob o disfarce de emendas parlamentares.

E assim com governistas e opositores enrolados num mesmo pacote de malfeitores por suas constantes malfeitorias, a nação brasileira vai sendo enrolada sem se dar conta de que a falta de programa do governo é devorada pelo plano de poder sem fronteiras entre o certo e o errado, entre o direito e o ilegal.

Tudo por causa da maléfica, da perniciosa influência de um cara que já se confessou, com sereno ar de escárnio como uma "metamorfose ambulante".