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21 de ago. de 2013

NOSSA VIDA E SUA MORTE
Nesta segunda-feira, em plena Porto Alegre dos Casais, um homem morreu na calçada defronte às portas de um hospital desses que distribuem o tipo de saúde que Lula julga "à beira da perfeição". Não faltou médico; faltou ambulância. Faltou mais: piedade, fraternidade, respeito humano. E uma verdadeira e eficiente política de saúde pública.

Aquele reles brasileiro comum morreu assim desse jeito repelido e rejeitado porque carregava com ele o peso da desigualdade social: ele não era nenhum Sarney, nenhum Genoíno, nenhum Lula, nenhum Michel Temer, nenhuma Dilma, nenhum similar e nem muito menos um genérico dessa estirpe nacional.

Era, na melhor das hipóteses, um pobre homem que um dia votou nesses espécimens raros, muito acima da raça humana, bem pra lá do povão brasileiro.

Coitado, morreu sabendo, até que enfim, que quando chegar a hora final desses brasileiros notáveis, eles vão bater as botas na hotelaria luxuosa de um bom Sírio-Libanês, cercados de pranteados adeuses dos seus semelhantes mais próximos e do sorriso póstumo da plebe ignara e cansada de sua convivência.

É nessa última e inevitável hora que esses neo-monarcas, entes superiores da nossa escala social se darão conta, já tardiamente, que tanto faz como tanto fez que tenham desperdiçado a vida se achando maiores e melhores que os outros. Nunca foram.

Seus corpos extraordinários - como os corpos dos insignificantes - vão habitar a sete palmos de altura a vala comum dos mortais ordinários.

Suas almas - aí eles saberão que as têm - irão para onde não há ninguém que mereça confiança e nem a felicidade de encontrar a paz. Tal é a nossa vida; tal será a sua morte.

FORA DE CONTROLE
Não há um estado brasileiro que, a cada dia, não tenha manifestações públicas de indignação contra o despreparo, a incompetência e as malfeitorias de governantes e políticos profissionais que se apropriaram do País. O Brasil da Silva, inventado a partir de Sarney e Fernandinho Beira Collor passando por FHC e Lula para se emplastar nesses tempos de Dilma Vana, está fora de controle. A tal ponto chegou o desregramento que esse des/governo já não domina mais nem mesmo as hordas de mascarados baderneiros tipo Black Bloc, falanges a soldo dos senhores dos anéis.

O TEMPO
Aos seus avós você até pode falar alguma coisa; eles escutarão prazerosos. Mas fundamentalmente você tem é que perguntar. Eles, decerto, mitigarão a sua sede de sabedoria, virtude que só o tempo pode ensinar.

ROUBALHEIRA LEGAL
A roubalheira é tanta e tão generalizada nesse país que roubar estádios do tamanho do Maracanovo e do Maná Garrincha já não espanta mais ninguém e nem tampouco atiça o antigo faro policial. Essa malandragem canalha e institucionalizada fede menos do que escamotear um desodorante em qualquer supermercado da esquina.

VOU LEVAR DOIS
O dólar voltou aos velhos tempo dos R$ 2,50. Está chegando ao fim a farra do turista brasileiro lá fora; está chegando ao fim a ilusória era da empáfia que nós outros, los macaquitos exercitávamos nas lojas de penduricalhos. Está chegando ao fim o tempo do espezinhamento orgulhoso "vou levar dois", muito usado como vingativo troco nacional ao antigo e provocador "dame dos" com que los hermanos argh!entinos nos encanzinavam. O dragão da inflação está trazendo de volta as velhas vacas magras, amigas da onça.

O MUNDO É LOGO ALI
Há muito tempo que o mundo é logo ali. Hoje, qualquer plano de milhagem, nos leva às bancas de camelôs em qualquer lugar do mundo. A moda é guardar nos guardanapos os excessos dos cafés matinais de cada hotel para garantir o rango do resto dia até que o pacote turístico acabe. E aí sim, voltar então cheio de fotos e filmes de celular, distribuindo bugigangas legítimas para os parentes e amigos, enquanto conta tudo pra todo mundo no Facebook. Se há alguma coisa que faça o mundo ser igual, essa coisa é o camelódromo.