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19 de nov. de 2014

Está na edição virtual da revista Veja:

Lava Jato

Vice-presidente da Mendes Júnior diz que foi extorquido

Empresário Sérgio Mendes afirmou à Polícia Federal ter sido chantageado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef

Sergio Cunha Mendes, vice-presidente da Mendes Júnior, afirma ter sido extorquido
Sergio Cunha Mendes, vice-presidente da Mendes Júnior, afirma ter sido extorquido (Adi Leite/Valor/Agência o Globo)
O empresário Sérgio Mendes, vice-presidente da construtora Mendes Júnior, afirmou à Polícia Federal que foi extorquido pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e pelo doleiro Alberto Youssef, alvos da Operação Lava Jato. Mendes disse que pagou 8 milhões de reais em quatro parcelas, entre janeiro e setembro de 2011, para que não houvesse rompimento do contrato de uma importante obra da Petrobras, a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná.
IMPRENSA NUA E CRUA - E assim é que um corrupto ativo se confessa também passivo. Agora, o cara vai ser enquadrado e responder como gilete: corta dos dois lados.
BARBIE DE CHAPÉU NA MÃO
Gleisi Hoffmann, a Barbie da Casa Civil da Dilma Coração Valente, anda de sala em sala de senadores tanto do PT e banda aliada quanto os de oposição, pedindo para não ser convocada a depor na CPMI da Petrozona. 
É que Youssef disse que entregou R$ 1 milhão para sua campanha à Câmara Alta em 2010. Ora, que besteira. O que é um milhão para quem tem um caminhão? 
Entrementes, a base aliada dormiu no ponto e quando se deu conta a oposição conseguiu emplacar a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de João Vaccari Neto, tesoureiro do PT e da campanha de Dilma Vana nesta eleição de outubro. 
Este foi só mais um sinal do que o PMDB pode fazer com parceiros que não cumprem os tratos. 
Como Sérgio Machado, indicado por Renan Calheiros à Transpetro, foi deixado à deriva pelo PT, agora veio a hora do troco: o PMDB votou pela convocação de Vaccari, o Delúbio Soares da vez na República dos Calamares.
LULA NERVOSO
Quem frequentava o escritório-chatô do governo administrado por Rosemary Noronha, a segunda-dama da Presidência da República, em São Paulo e agora se abanca nas acomodações do Instituto Lula, garante que ele está muito mais à beira de um ataque de nervos agora, em tempos de cólera no Petrolão, do que andava nervoso nas priscas eras do Mensalão. 
Não é por nada, não. Ele só não gosta é de ver seus companheiros sendo acusados assim, injustamente. Tem, inclusive, enviado na medida do possível sua mensagem codificada "Tamos juntos nessa, companheiros!". 
BARAFUNDA QUE ABUNDA
O que deixa Dilma furibunda nessa barafunda que hoje abunda é que  nem ela, nem Lula, nem ninguém da banda aliada "controla" mais nada nessa República dos Calamares. 

O governo só sabe mesmo é que o país está fora de controle. 

Os Intocáveis, do juiz Sérgio Moro, são bons de drible e conseguem esconder a bola até do ministro da Justiça do Governo do PT, Zé Eduardo Cardozo. 
Ele é, por delegação governamental, o chefe da Polícia Federal, mas pode ganhar o troféu "Chapéu de Viking" da Operação Lava-Jato: é sempre o último a saber. 
Cardozo banca o peremptório, mas não diz coisa com coisa. 
Ele só sabe o que a imprensa sabe antes. 
Agora mesmo, depois da Operação Juízo Final da 7ª Fase da Operação Lava-Jato, ele está sabendo que vem a 8ª fase. Mas é só. 
Ele não tem nem ideia de qual vai ser o título dessa etapa que vai pegar o pé da politicalha - de ministros a governadores, deputados e senadores. Por via das dúvidas e mais por maldade, a gente vai deixar que ele mesmo dê o nome dessa nova arrancada da Polícia Federal. Espere sentado. Nem para isso ele é consultado pelos Intocáveis. Nem isso ele sabe.
BUNGA-BUNGA À BRASILEIRA
O empresário Sergio Mendes, vice-presidente da empreiteira Mendes Junior disse aos Intocáveis do juiz Sérgio Moro que pagou a Youssef uma propina de R$ 8 milhões, porque sofreu "extorsão" do doleiro que agia em nome de Paulo Roberto Costa, o Paulinho, para os mais íntimos da Petrozona. 
E assim vai se consolidando a versão de que nesse cartel de senhores de anéis, nesse clube de notáveis construtores todo mundo é gilete: corta dos dois lados. É a banda dos ativos e passivos. 
Fosse na Itália de Berlusconi, essa farra toda seria uma grande bunga-bunga; aqui no Brasil Dilma da Silva, é suruba mesmo. 
A escutar o que diz e canta esse cara da Mendes Júnior, eu ainda prefiro ser do tempo de se ouvir um bom vinil de Sérgio Mendes, o músico brasileiro que conquistou o mundo com seu jeito americano de tocar bossa nova.