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3 de dez. de 2014

HOJE TEM MARMELADA

- Hoje tem marmelada?
- Tem sim, senhor!
- E o palhaço o que é?...
- É o ladrão da mulher!

Pois, o circo está armado. Pronto para roubar para a mulher que não conseguiu "fechar as contas". E o palhaço, quem é? Ah, nem precisa perguntar. Todo mundo sabe que o palhaço é o brasileiro.

E assim é que hoje, distinto e amável público, o espetáculo vai continuar. A pergunta é que pode mudar.

Hoje vai ter baderna? Não tem, não senhor. O circo tem segurança, não precisa encomendar black blocs. E o show não pode parar.

O HOMEM QUE SABIA DEMAIS
Quem vai salvar a Dóris Day?

Paulo Roberto Costa, na CPI da Petrozona disse que virou delator porque já estava "enojado". De frente, para os políticos e de lado para Nestor Cerveró que o olhava de soslaio e não sabia de nada, inocente, Paulinho da Petro disse com todas as letras que há "dezenas" de políticos envolvidos no esquema de corrupção e propina do Petrolão.

E então falou o que todo mundo dentro daquele recinto solene da Casa do Povo já está careca de saber: "o esquema de corrupção não é só na Petrobras. Acontece em todos os portos, aeroportos, rodovias, hidrovias, hidrelétricas...".

E assim abriu as portas para a devida cumplicidade da president@ Dilma: "Isso acontece em todos os governos de Sarney para cá. Aconteceu no governo Sarney, no de Collor, Itamar, Fernando Henrique Cardoso, Lula e acontece no governo Dilma".

Dilma Coração Valente e Navegador, coitada, não está sozinha nesse barco. Mas está no barco.

Então, pronto. É só fazer uma Comissão da Verdade, melhor do que essa que anda por aí, para começar logo a escarafunchar essa pandilha toda, de 1985 pra cá, eis que foi naquela gloriosa data que Zé Sarney assumiu a Presidência da República para iniciar essa redemocratização que hoje cobre de lama e petróleo sujo o Brasil inteiro.

De todos que abriram e vão abrir a boca nesta CPI, na Polícia Federal, no Ministério Público, na barra de qualquer tribunal, o único que merece crédito pelo que diz e pelo que joga na pá do ventilador é Paulo Roberto Costa.

O resto é o resto. Merece ser investigado. E punido. Duela a quien duela, diria o anti-herói Caçador de Marajás, aquele que um dia botou na cabeça que tinha aquilo roxo.

Paulinho da Petro tem crédito nesta hora, não porque seja um poço de dignidade; sim, porque ele é um delator premiado; se ele mentir não sai nunca mais da cadeia. Morre lá dentro.

Paulinho da Petro morre lá dentro, não porque não possa passar o Natal em casa com a família; não porque não possa dar uma saidinha no Dia das Mães...

Paulinho morre lá dentro, porque é um arquivo ainda vivo, prestes a ser um arquivo-morto, como acontece no cinema, em filmes de gangsteres, nos filmes de máfia.

Diante desse espetacular roteiro policial, parece até que Alfred Hitchcock renasceu para anunciar uma versão muito mais pesada e perigosa do seu velho e simplório sucesso "O Homem que Sabia Demais".

Paulo Roberto Costa é o James Stewart do Petrolão. O suspense fica por conta de quem vai poder salvar a Dóris Day. Os produtores associados precisam inventar um Happy End. Investiram muito dinheiro nessa pornochanchada.