Quem estava no Municipal sentado ao lado de um dos 2,2 mil convidados que escutavam as frases de efeito, em portuguese and english de um desengravatado Barack Obama, não teve a menor sombra de dúvida: o discurso dele é tão descontraído quanto o de Lula, mas é muito mais charmoso. Aquele povaréu de pessoas não-comuns está pra lá de convencido: Obama é o Cara!
Reprodução/Foto: ABr
Pronto, está aí uma das mil razões que levaram o ainda encarnado Lula a desprezar o convite de Dilma para os espetáculos públicos e notórios do presidente yanke no Brasil, um "País tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza" e que - só para citar mais um dos bordões usados no idioma dos brasileiros durante sua oratória - "leva o futebol a sério".
Quando engatilhou um trecho mais, digamos, circunspecto, Obama disparou um lépido e faceiro flashback relacionado com o trabalho propriamente dito que veio fazer aqui: "Ontem tive um encontro com sua presidente Dilma Rousseff e hoje quero falar com vocês sobre as jornadas dos EUA e do Brasil, que são duas terras com abundantes riquezas naturais".
Foi nessa hora das "riquezas abundantes" que o discurso teve que voltar à descontração. É que o convidado 2.200 cutucou o convidado 2.199 sentado a sua mão direita e lhe passou na orelha dos aplausos um segredo de liquidificador: - Eu tinha certeza que ele faria alguma referência à Michelle.
Na saída, ninguém foi revistado. Nem ministros, nem mensaleiros, muito menos militantes infiltrados. O ouvinte 2.199 que ficou o tempo todo sentado à mão direita do espectador 2.000, esse então, tinha as costas quentes.
Na verdade, os 300 seguranças do FBI sabiam que ali estavam todos encantados e abençoados por um verdadeiro Presideus. Obama, sim é o Cara!