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18 de mar. de 2011

Série Livros – II

Mateus já dizia que onde há o vice há o versa
Por Carlos Eduardo Behrensdorf - Brasília

Quando o assunto é literatura citando máximas e mínimas no Brasil, não há como esquecer a contribuição Vicente Mateus, ex-presidente do Corinthians Paulista. Um dos mais explosivos dos exemplos ocorreu quando ele respondeu a um repórter, quando questionado sobre um assunto controverso: “Pra mim é uma faca de dois legumes”.

Feito o registro, aqui vou eu numa rápida apresentação do livro Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, em sua edição ampliada com novos textos e novos personagens. O autor é o jornalista Leandro Narloch, paranaense, e que já trabalhou na revista Veja. A edição é da Texto Editores Ltda, uma editora do Grupo Leya.

O que é que vocês acham de um livro, que traz entre seus títulos de capítulos, os seguintes temas ao debate: Zumbi tinha escravos, Santos Dumont não inventou o avião, João Goulart favorecia empreiteiras, A origem da feijoada é européia, Aleijadinho é um personagem literário, Antes de entrar em guerra o Paraguai era um país rural e burocrático e Quem mais matou os índios foram os índios?

No momento em que há uma razoável excitação com a provável abertura de uma Comissão da Verdade para esmiuçar o arranca-rabo de 1964 (ou movimento militar, revolução, quartelada, golpe, contragolpe, você decide), proposta pela esbelta e bonita (com todo o respeito) secretária-ministra Maria do Rosário, é preciso isenção e lembrar Vicente Mateus: - Onde há o vice há o versa.

A partir da página 313 há um capitulo com o seguinte titulo: “Três coisas que a tortura não esconde”. Como todos sabem de tudo cada um escolhe o seu lado, de acordo com seus princípios ou interesses imediatos, na verdade um comportamento brasileiramente atemporal, não custa nada reproduzir parte do texto “... Hoje, é politicamente incorreto lembrar que os guerrilheiros comunistas estavam estupidamente errados e eram tão violentos e autoritários como os militares. Por sorte, não é preciso defender torturas e assassinatos políticos para lembrar algumas verdades sobre a luta armada no Brasil”.

Leandro Narloch relata que os guerrilheiros freqüentemente citavam o lider chinês Mao Tse Tung e sonhavam fazer do Brasil um “Cubão”, inspirados em Fidel Castro. Em 1969, o líder comunista Carlos Marighela, numa entrevista para a revista francesa Action declarou o seguinte: “O Brasil será o novo Vietnã”.

Quer mais detalhes? Vá à livraria de sua preferência, compre o livro, leia, analise e depois me diga alguma coisa. Paro por aqui, pois está na hora de tomar os meus remedinhos. Sabe como é: sanatório é sanatório e o Sanatório da Notícia é completamente fissurado quando o assunto diz respeito a horário.
Fui.