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8 de jan. de 2014

A SACOLINHA DO SILÊNCIO

E então, de repente e não mais que de repente, eis que senão quando, tudo anda às mil maravilhas na Papuda. Já não há qualquer desconforto dos presidiários veteranos com relação às regalias do estudioso Zé Dirceu e seus comparsas mensaleiros.

Tudo está tão bom por lá, e tudo é tão igual nas filas de espera para as visitas íntimas que uns quatro ou cinco da turma de malfeitores de elite já foram transferidos para Minas Gerais e cadeias mais próximas de seus lares, doces lares. Este admirável silêncio que retumba no complexo presidiário da Papuda é, pelo menos, emblemático.

Decerto o auxílio-reclusão não acomodaria as melancias nessa carroça abarrotada e fora de rumo. Tomara que essa calmaria esteja custando aos bolsos dos novos habitantes da cadeia-modelo de Brasília o que eu acho que eles estão pagando de pedágio e de diária para manter as aparências, muito mais que as diferenças sociais e os livros que os separam.

Vai ver que os presidiários lá do Centro de Detenção Provisória do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís do Maranhão, só estão conseguindo sobreviver com o auxílio-reclusão.

Se não mandarem pra lá uma facção tipo mensaleira, capaz de comprar harmonia com o Bolsa-Presídio - a sacolinha do silêncio, a rebelião não vai acabar tão cedo e tampouco desaguar nesse mar de paz e tranquilidade que Zé Dirceu e sua comandita vivem hoje às margens do Distrito Federal.