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9 de jan. de 2014

O SILÊNCIO DO GRAÚDO

Por que os grandes corruptos desse Brasil da Silva não caem nas malhas da lei? Por que só a arraia miúda, salvo horrorosas exceções, acaba escancarada e debochadamente pagando o pato?

Não basta dar como razão o fato de que são corruptos miúdos e sem talento para o exercício da indecorosa modalidade esportiva que mais praticam, a venalidade. Seria insultar e estapear a cara da nação ordeira e honesta desse país.

A arraia miúda é surpreendida com a mão na massa, em primeiro lugar, pela ganância desmedida e, logo depois, pelo hábito da chantagem. Acontece assim: o ganancioso de segunda classe não acredita em fidelidade; já que se vendeu uma vez, se vende sempre. E não escolhe comprador. Vende-se, simplesmente. Sempre que dá no jeito e sempre que mais arregala o olho grosso.

E pelo mau costume de chantagear e ser chantageado, não tem medo de cair em contradição e dedurar seus manipuladores. Quebra a cara. E quebra-se de vez.

Já com o graúdo, o ar é outro. Ele come em tranca; come quieto; come sempre. Faz o que tem que fazer, não deixa rastros, não deixa digitais, não passa recibo. E, fundamentalmente, não abre a boca; não dá um pio; morre com a boca cheia de formiga, mas não entrega o ouro pros mocinhos.

O silêncio é a chave do seu sucesso; o selo de segurança da sua charlatanice, da sua imoralidade, sua má-fé, sua vilania, sua torpeza.

E quando é assim, o melhor e mais intocável corrupto do mundo é aquele que não viu nada, não ouviu nada, não fez nada e por isso não diz nada. Você conhece no Brasil da Silva alguém desse tipo que ainda manda flores?!?